9.21.2006

Cultura ao corpo perfeito

As feministas que queimaram os sutiãs na década de 1960 devem se perguntar onde erraram.

Houve todo um movimento de liberação das mulheres, para que conquistassem os mesmos direitos dos homens. Elas queriam acabar com o machismo e o sexismo. Fizeram uma revolução, da qual colhemos muitos frutos. Mas onde nós, mulheres, nos encontramos agora?

Parece que viramos escravas do nosso corpo. Para sermos consideradas bonitas, bem-sucedidas, felizes e amadas temos de ser magras. Mas não uma magreza comum. Temos de ser esqueléticas, sem nenhum grama de gordura, a barriga deve ser reta como uma tábua.

Revistas de moda, revistas femininas, revistas de fofoca, todas exibem mulheres extremamente magras nas capas, muitas vezes vestidas em trajes sumários ou simplesmente despidas. Além disso, trazem dicas de exercícios e dietas milagrosas. Afinal, existe um padrão a ser seguido.

Tive um filho há um ano. Engordei apenas 8,5kg. Já cheguei praticamente ao peso do início da gravidez. Faltam apenas dois que insistem em permanecer. Fiquei com gordura localizada na barriga e na cintura.

Para os padrões de alguns anos atrás eu continuaria sendo considerada magra com os meus 53 kg, 1m61cm e manequim 40 (não consegui chegar ao 38, ainda). Mas, outro dia, estava com uma amiga e ela me perguntou:

- Porque não faz uma lipo? Isso some rapidinho.

Ela trabalha com um cirurgião plástico e afirmou que o procedimento é "simplérrimo" e o resultado, maravilhoso.

Confesso que fiquei tentada a me consultar com o tal médico. Por um momento fugaz imaginei-me magrinha sem gordura, de volta ao meu corpo da adolescência. Quase sucumbi à ditadura da magreza e aos padrões da moda...

Depois, porém, caí em mim. É uma cirurgia. não há nada de "simplérrimo" em uma cirugia. Estaria eu disposta a correr um risco desnecessário para ter uma cintura mais fina e menos barriga?

A resposta obiviamente foi não. Não vale a pena. Não quero correr o risco de morrer ou ficar seqüelada. Também não quero passar pelas dores de um pós-operatório, durante o qual nem poderia segurar meu filho...

Acho que para sermos bonitas, não precisamos seguir o padrão de beleza ditado pelo mundo da moda, da TV e do cinema. Temos de respeitar os limites do nosso corpo, cuidar da saúde e vivermos bem dentro de nossas peles.

Sou vaidosa, sempre fui. Gosto de estar bonita, me vestir bem, ser elogiada. Quem não gosta? Mas para isso, não vou comprar a propaganda de que é "simplérrimo" acabar com a gordura e com os quilinhos insistentes que permanecem depois da gravidez.

Não é "simplérrimo". Não é "rapidinho". E acima de tudo: não é uma lipinho que resolverá os meus problemas e me fará mais feliz.

9.18.2006

Esperança...

Hoje foi mais uma etapa do processo de seleção da multinacional que mencionei no meu primeiro post.

Foi uma etapa interessante, na qual eu tinha de escrever uma redação sobre mim, para que eles fizessem a análise grafológica da caligrafia; fazer um teste de concentração, qualidade e velocidade; e responder a perguntas do tipo: "seus pontos fortes", "seus pontos fracos", "o que não tolera?", "viagens para o exterior" etc. Tudo para traçar o meu perfil.

Achei estranho me deparar com perguntas do tipo "antecedentes", "dívidas", "registro no SPC"... (não para todas)

Bem, estou torcendo muito para ser chamada e redirecionar a minha carreira.

Vamos aguardar...

9.17.2006

Sétimo livro do Harry Potter

Adorei a notícia de que J. K. Rowling criou confusão no aeroporto de Nova York por não querer se separar do manuscrito (literalmente manuscrito!!!) do derradeiro livro de Harry Potter.

Devido às rígidas normas de segurança, os funcionários da alfândega solicitaram que Rowling despachasse o manuscrito junto com a bagagem. Ela argumentou que não havia outras cópias do livro e que não se separaria dele de jeito nenhum, chegando a cogitar voltar para a Inglaterra de navio. Por fim, os funcionários autorizaram o embarque de Rowling com o precioso manuscrito enrolado em elásticos.

Mal posso esperar para ler o último livro... Confesso que ainda não me recuperei do choque causado pela morte de Dumbledore. Achei injusto demais. Já havia ficado extremamente triste com a morte de Sirius Black no livro anterior. Cheguei a nutrir uma leve esperança de que ele retornasse, de alguma forma, no livro seguinte...

Vocês já perceberam que todas as pessoas com quem Harry estabelece um laço afetivo forte acabam morrendo?

Os primeiros foram os pais de Harry, que não conseguem vencer o bruxo mais poderoso do mundo em uma batalha fatal. Depois é a vez de Sirius Black, padrinho de Harry, e agora Dumbledore.

Fico imaginando quem será o próximo: Ron? Hermione? O próprio Harry?

Aliás, esse seria um desfecho interessante. Harry e Voldemort em uma batalha espetacular do bem contra o mal da qual nenhum dos dois sobrevivem. E ambos acabariam virando uma lenda no mundo dos bruxos até que surgissem novas forças do mal para serem combatidas...

Vamos aguardar...

9.14.2006

Aniversário de casamento


Há quatro anos, Leo e eu oficializamos a nossa união e ainda parece que foi ontem que nos conhecemos.

Eu estava sozinha há um tempo dedicando-me a carreira. Ele estava sozinho há mais tempo e completamente desiludido com o amor. Amigos em comum que namoravam na época (e hoje estão casados e esperando uma filha) acharam que tínhamos tudo a ver. Marcamos de sair com um grupo de amigos e aconteceu algo mágico. No dia seguinte já estávamos namorando e, menos de quinze dias depois, estávamos completamente apaixonados.

Como não nos víamos muito devido aos diferentes horários de trabalho, trocávamos e-mails apaixonados diariamente. Era muito bom chegar ao trabalho e ter um e-mail dele me esperando como “bom dia”. Eu imprimi todos os e-mails que trocamos e, hoje, temos registrado o início da nossa linda história, os sonhos que sonhamos, as juras de amor e as bobeirinhas de início de namoro. De vez em quando, folheio esses e-mails, leio um ou outro e sempre acabo me emocionando.

Posso dizer que sou uma pessoa abençoada, pois tenho uma pessoa que me completa, me ama, me faz feliz e me deu um filho lindo que veio completar nossa família. Ainda temos muitos sonhos para sonhar e muitas coisas para realizar, mas juntos chegaremos lá.

Leo, a cada dia que passa te amo mais!

9.11.2006

Coisas sobre a gravidez que ninguém comenta...

Quando começamos a pensar em engravidar, não imaginamos o monte de coisas que mudam no nosso corpo. Pensamos apenas na barriga que crescerá... Aliás, mal podemos esperar para que cresça logo.

Vemos em filmes e em novelas que a gravidez é o momento em que a mulher se encontra no seu momento mais sublime, em um verdadeiro estado de graça, nada muda; no início, algumas mulheres enjoam um pouquinho, o que é até um charme, mas depois é festa.

Infelizmente, as coisas não são tão simples quanto as novelas e filmes fazem parecer. Quando engravidamos, ocorre uma revolução hormonal e tudo muda no nosso corpo.

Meu médico uma vez disse que quando se abre uma mulher, não há espaço para nada. Daí o milagre da gravidez, pois um lugar onde não cabe mais nada se adapta para que possa se desenvolver uma nova vida que vai crescendo dia a dia, promovendo uma reviravolta no corpo e na vida da futura mamãe.

Existem felizardas que não apresentam os sintomas chatos da gravidez e há mulheres que padecem os nove meses, apresentando quase todos os sintomas. No meio desses dois extremos, é onde se encontra a maioria das mulheres, ou seja, as que apresentam alguns dos sintomas, sofrendo de enjôo durante os três ou quatro primeiros meses, muito sono no início da gravidez, insônia e azia no final.

Mas isso não é tudo. Esses são apenas os sintomas mais conhecidos. Acho que depois que o bebê nasce, sofremos uma "lavagem cerebral" e esquecemos de tudo pelo que passamos. Na verdade, acho até que esse é um mecanismo de preservação da espécie, pois se eu soubesse de antemão por tudo que eu passaria não teria engravidado.

Ninguém comenta, por exemplo, que o enjôo não é apenas matinal. Ele dura o dia inteiro. Passamos os três ou quatro primeiros meses da gravidez com um gosto horrível na boca. E qualquer cheiro mais forte detona uma onda de enjôo elevada a décima potência, fazendo com que corramos para o banheiro...

Entre as coisas que não se comenta é que grávidas sofrem de prisão de ventre, gases incontroláveis, hemorróidas, inchaço nas pernas, falta de ar, muita vontade de fazer xixi e fome, muita fome.

Falando em fome, desejo existe de verdade! Não é folclore ou charme de grávida, é uma vontade totalmente diferente. A boca saliva quando pensamos no que desejamos e comemos com um prazer indescritível. Mas é sempre bom dizer para se ter cuidado, pois grávidas engordam (embora eu nunca tenha visto uma grávida gorda em novelas e filmes - rsrsrs). Só perdemos cerca de 5kg depois do parto, se engordamos 20kg teremos de dar um jeito de perder os 15kg depois.

Posso dizer que senti-me enganada depois que o Enzo nasceu. Engordei apenas 8,5kg durante a gravidez. E, na minha inocência, achava que assim que ele nascesse, eu estaria nova em folha, de volta ao manequim 38. A barriga, porém, não some! Você sai do hospital parecendo que ainda está grávida, talvez não de nove meses, mas de seis, com certeza, mesmo usando a cinta!

Apesar de tudo isso, sou obrigada a dizer que os prazeres e alegrias da maternidade nos fazem esquecer os sintomas da gravidez. Na hora que o bebê nasce e é colocado, ainda suginho de sangue, sobre o seu peito, naquele exato momento, uma relação afetiva de amor profundo se estabelece e sabemos que ela nunca se romperá.

E isso é tão bom que faz tudo valer a pena! Tanto é que estou pronta para o próximo. Não vejo a hora de dar um irmãozinho ou irmãzinha para o Enzo, porque ser mãe é a melhor coisa do mundo!

9.07.2006

Pequenos prazeres...

Ser mãe tem sido uma experiência maravilhosa. Curto cada minuto que passo com meu filho. Ele tem tanta coisa para descobrir, tanta coisa para aprender... Está sempre antenado em tudo a sua volta, em busca de uma novidade. Lógico que sempre se interessa pelo que não pode!

Adoro poder estar disponível, acompanhar o seu crescimento e orientar sua educação.

Acho que a maternidade nos faz prestar mais atenção nas pequenas coisas e a ter prazer nas coisas mais simples da vida. Ficamos felizes com cada nova descoberta, rimos de cada nova gracinha que fazem e aprendemos a curtir programas infantis...

No entanto, acho que não existe mãe ou pai no mundo que não sinta falta de programas adultos. Outro dia, consegui ir ao cinema com o meu marido, coisa que não fazíamos há muito, muito, muito tempo mesmo. Fomos assistir "Piratas do Caribe 2". Não é muito o meu tipo de filme, mas nos divertimos muito namorando...

Como disse, depois que temos filhos aprendemos a valorizar os pequenos prazeres da vida: pizza, cinema e pipoca com o marido vira um luxo!

9.06.2006

Acidente na Lagoa

Li no Blog "no mínimo contemporânea" um post sobre o acidente na Lagoa. Li os comentários postados por várias pessoas que entraram em uma dicussão se a culpa é dos pais, da sociedade, da televisão, do dono da boate etc. E a discussão acabou ficando meio filosófica.

Acho que nesse momento culpar os pais é cruel. Afinal não dá nem para imaginar o sofrimento pelo qual eles estão passando. Além disso, eles já devem estar se culpando o suficiente perguntando a si mesmos "por que eu permiti que fossem?".

Não adianta procurar culpados para esse caso. No entanto, temos de parar e analisar o que está acontecendo dentro das nossas casas. Não adianta culparmos uma entidade abstrata chamada sociedade ou responsabilizar apenas o dono da boate. Se seguirmos por esse caminho, vamos acabar colocando a culpa no Ford, pois foi ele quem inventou o carro, essa máquina mortífera que acaba com a vida de milhares de jovens todos os anos.

Os pais estão cada vez mais permissivos com os filhos. Desde a mais tenra infância procuramos dar desculpas pelos comportamentos inadequados de nossos filhos. Se quebram alguma coisa, não são castigados porque foi "sem querer". Se batem em um coleguinha é porque estão passando por uma fase difícil com a separação dos pais e por aí vai...

Os filhos têm cada vez mais pressa de crescer e estão sempre um passo à frente da fase que deveriam viver. Há meninas que aos dez anos ou menos já freqüentam salão de beleza, pintando os cabelos e fazendo as unhas, quando deveriam estar brincando, estudando, lendo.

Boates são lugares para serem freqüentados por maiores de 18 anos. Quando os pais de um adolescente de 15, 16 ou 17 anos permitem que esse jovem freqüente tal lugar, estão sendo coniventes com um comportamento ILEGAL. Isso mesmo ilegal. O erro já começa em casa... Além disso, não podemos esquecer, somos os responsáveis legais por nossos filhos.

Sei que deve ser difícil dizer "não" para um filho quando ele diz que "todo mundo vai" menos ele. As cenas dramáticas e as chantagens emocionais que um adolescente faz realmente são comoventes... Mas não é o fim do mundo deixar de ir a uma festa. Fim do mundo é a festa acabar como essa.

Eu só passei a sair à noite depois que fiz 18 anos. Não adiantava que meu pai não deixava. Eu e minha irmã podíamos implorar, chorar, bater porta... Ele se mantinha firme e dizia "Depois dos 18, você poderão ir a todas as festas do mundo". Quicávamos de raiva, chorávamos e nos sentíamos as últimas das criaturas. Mas, no final, ele tinha razão. Quando fizemos 18 anos ganhamos um carro e meu pai disse "Está aqui. Um carro pode ser uma coisa maravilhosa, é a independência de vocês, mas também pode ser uma arma."

Depois disso, saí muito. Fui a boates, shows, barzinhos etc.. Tenho muitas histórias legais para contar. Aos 16 achava que ia morrer se não fosse uma festa. Hoje sei que todas as festas são iguais. Diversão, música, paquera e, para alguns, bebida, drogas e pancadaria...

Isso posto, não poderia deixar de dizer que as autoridades devem sim investigar a boate na qual os jovens estavam antes do acidente. Verificar os cartões de consumação (R$80,00 de consumação mínima é um aburdo!!!), procurar outros jovens que estavam na festa. Afinal, permitir a entrada de menores e, ainda por cima, vender bebidas alcoólicas para os mesmos é crime. Quem sabe se as autoridades forem firmes nesse caso que comoveu o país, isso sirva de exemplo para as demais boates...

Sonhar não custa nada (ou a esperança é a última que morre)

9.05.2006

As psicoses da mãe moderna

Quando ainda estava grávida, li um livro chamado "Mães que trabalham". O título chamou minha atenção porque eu seria uma mãe que trabalha. A capa apresentava uma mulher com uma malha com o S de Supermulher.

O título é um tanto enganoso, pois se trata de uma pesquisa sobre a visão que as mulheres americanas passam a ter de si mesmas depois que se tornam mães. Na verdade, a tendência mostrada no livro é justamente a de mulheres que abandonam o mundo ao seu redor para viver integralmente o estado de graça superior que é ser mãe.

Fiquei muito aflita ao ler o livro. Parecia que ao dar à luz as mulheres simplesmente enlouqueciam, esquecendo-se de si mesmas como mulheres, como esposas, como profissionais e como seres humanos, passando a ser (o que consideram) uma entidade superior.

Dei graças a Deus por estar no Brasil, pois aqui as pessoas são mais tranqüilas...

Devo confessar, que não fiz nenhum curso especial para mulheres grávidas. Tudo que fiz para me preparar para ser mãe foi ler o livro mencionado acima e o MARAVILHOSO livro de Tracy Hoggs, "Segredos de uma encantadora de bebês".

Justamente por isso, quando Enzo nasceu e passei a freqüentar a pracinha perto de casa é que fiquei surpresa por me deparar com várias questões (em nível bem light) abordadas no livro "Mães que trabalham".

Hoje em dia virou quase que uma obrigação ter parto normal e amamentar a qualquer custo para poder olhar de frente para as outras mães! A primeira coisa que perguntam é "Foi parto normal?" e a segunda é "Ele(a) tá mamando no peito?" Como se essas coisas quisessem dizer alguma coisa!

Eu queria ter parto normal, pelos motivos normais e não para me considerar uma supermulher e encarar as outras mães de frente. Escolhi um médico considerado "amigo do parto" (nas pacientes dele, o índice de partos normais é infinitamente maior do que o de cesáreas) e me preparei para isso. O Enzo já se encontrava na posição certa, considerada ideal, desde os sete meses. Infelizmente, porém, não pude ter um parto normal porque minha bolsa rompeu com 35 semanas de gestação e não entrei em trabalho de parto. Não tive sequer uma contraçãozinha para "tirar onda" (rsrsrs). Notei que a bolsa havia rompido às 7h da manhã e o Enzo nasceu às 15h14min. Quando entrei no centro cirúrgico, estava praticamente sem barriga, pois o líquido já havia vazado.

Minha cesárea foi maravilhosa. Não tenho do que reclamar. Foram exatamente 24 minutos entre a hora que saí do quarto e o Enzo nascer e mais 36 minutos para eu voltar para o quarto. A recuperação também foi tranqüila.

Quanto à amamentação, tb não tive muitos problemas. Aliás, as pessoas com quem convivi durante a gravidez me olhavam horrorizadas quando eu dizia que não amamentaria o Enzo se doesse muito ou se meu seio sangrasse. E se isso tivesse acontecido, eu não teria amamentado mesmo! Surpreendentemente, acho que graças ao instinto materno que toma conta de nós, eu curti amamentar. Achei gostoso. Um momento único com o seu filho. E, graças a Deus, não tive nenhum problema, meu peito não rachou e nem sangrou nos cinco meses que o amamentei.

No entanto, não fui farta de leite e, quando o Enzo estava com um mês, tive de passar a dar, uma vez por dia, uma mamadeira de complemento. Por volta das 18h, o Enzo esvaziava os dois seios e ainda berrava de fome. Devo confessar que me senti um pouco livre quando pude dar essa mamadeira.

Amamentar é bom, mas chega uma hora que vc vira prisioneira do seu filho. Não podemos fazer nada com calma, pois tem a hora das mamadas. Para qualquer coisa, você tem de dar uma fugidinha...

Quando o Enzo entrou com a papinha de frutas, começou a fazer pouco do leite. Ficava pouquíssimo tempo no peito. Quando entraram os legumes e verduras, foi uma festa para ele. Como voltaria a trabalhar em pouco tempo (não sabia ainda que seria mandada embora), resolvi deixar o leite secar e dar só a mamadeira.

Enzo está com dez meses e até hoje não curte muito o leite. Ele mama de manhã e à noite. Mas para mamar bem, tenho de colocar um gostinho: Frutas, Neston, Sustagem etc.

Algumas mães ficam chocadas quando conto isso. Mas eu não tenho vergonha nenhuma: Tive uma cesárea maravilhosa e amamentei meu filho só até os cinco meses. Não sou pior nem melhor do que nenhuma mãe por isso!

Este é meu filho....


Sou mãe babona mesmo, não tenho vergonha de admitir.
Sou daquelas que pergunta "Existe coisa mais linda do que essa?" E, logicamente, meu interlocutor dá um sorriso amarelo e concorda na hora, temendo uma reprimenda! (rsrsrs)
Então, vamos lá:
Este é meu filho, Enzo, existe coisa mais linda do que essa?

9.04.2006

Eu

Sinto que tenho muito que fazer, muito que dizer, muito que viver. Mas não sobra muito tempo.

Quero muito escrever um livro, já tenho o sumário pronto, mas falta tempo.

Nossa vida é sempre assim, vivemos correndo para bater metas, atender prazos, satisfazer clientes, pagar contas, realizar tarefas corriqueiras do dia-a-dia e acabamos esquecendo de curtir momentos, encontrar prazer nos pequenos detalhes e, simplesmente de viver.

Estou vivendo um momento mágico e altamente gratificante. Há quase um ano tive um filho saudável, inteligente e lindo. Um amor. Sempre soube que seria uma ótima mãe. Mas me surpreendi com a intensidade dos sentimentos e do instinto materno que aflorou em mim.

Na vida profissional, estou em um momento de transição. Eu trabalhava como supervisora editorial em uma editora desde agosto de 2000. Quando voltei da licença maternidade, fui demitida. Disseram-me que a área na qual eu atuava estava fechando e que não haveria mais lugar para mim. Dias depois, soube que minha assistente havia sido promovida e recebido um aumento substancial...

Na verdade, eu já andava desmotivada há um bom tempo, mas me faltava coragem para pedir demissão. Rolava um comodismo mesmo. Bom salário, boas oportunidades de contato profissional. E fui ficando...

Recebi a notícia da minha demissão com certo alívio. A decisão que eu queria tomar há muito tempo, mas faltava coragem, me foi imposta e eu não tinha mais escolha. Recebi todos os direitos e resolvi abrir minha empresa de tradução.

Depois de alguns meses, porém, percebi que a vida de freela está longe de ser o mar de rosas que eu esperava. Passei por um período de profunda tristeza e sentimento de inadequação. Fiquei com medo de não conseguir. Essa fase passou, mas sinto muita falta de trabalhar fora.

No momento, estou em um processo de seleção para um emprego temporário de tradutora em uma multinacional. Estou torcendo muito. Mas se não acontecer, é porque não era para ser.

Sou muito assim. Acredito que as coisas acontecem porque têm de acontecer. Sempre me senti abençoada. As coisas sempre aconteceram na minha vida na hora certa. Sinto-me privilegiada por poder participar do crescimento do meu filho, de poder vê-lo crescer feliz e seguro por me ter sempre por perto. Poder educá-lo e orientá-lo.

Sou uma pessoa muito feliz e realizada. Mas quero muito mais.

Vamos ver o que me aguarda!