Desafio da maternidade
Gente, onde o mundo vai parar?
Estou chocada com a repercussão do tal desafio da maternidade. Pelo que li e vi, percebi que, na Internet e nas redes sociais, as pessoas só têm o direito de expressarem suas opiniões se estas estiverem de acordo com o pensamento da maioria.
Ser mãe é difícil pra caramba e está longe de ser o mar de rosas dos comercias de produtos de bebê. É um momento muito individual e particular de cada uma, assim como a gravidez. Cada uma vivencia essas coisas de uma forma, e todas nós deveríamos ser solidárias e não julgar outras mulheres que pensam e agem e sentem de forma diferente da nossa. Não sejamos tão rápidas em julgar.
Eu, por exemplo, não curti ficar grávida, mesmo sendo a realização de um grande sonho. Durante os primeiros quatro meses de gestação, eu sentia um enjoo constante. Vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, mesmo tomando remédio — receitado pelo obstetra — para amenizar esse sintoma. Eu não conseguia comer nada e emagreci dois quilos nesses quatro primeiros meses. Meu cabelo ficou esquisito e eu me sentia horrorosa. Depois do quarto mês, as coisas melhoram, eu continuava me sentindo feia, mas ver a barriga começar a crescer e sentir o bebê se mexer foi ótimo. No sétimo mês, tive que ficar de repouso e, mesmo assim, Enzo nasceu prematuro, com 35 semanas de gestação.
Tive que fazer uma cesárea. E foi maravilhoso. Tive uma ótima recuperação e, no dia seguinte, já estava andando e consegui tomar banho sozinha. Enzo foi um bebê calmo. Meu peito não rachou, mas o leite não era o suficiente para ele. Com um mês, entrou no complemento. Com dois meses, eu dava suquinho de laranja lima ou água de coco. Aos quatro meses, entramos com papinha doce e, em seguida, papinha salgada. Tudo seguindo as orientações da pediatra maravilhosa que ainda o acompanha até hoje, depois de dez anos.
Obviamente que fui julgada por algumas mães da pracinha, mas eu não ligava. Enzo foi um bebê saudável, calmo e feliz que com um mês já dormia a noite toda, e isso é o que importava para mim. Tudo bem que isso tudo aconteceu em uma época antes do Facebook, uma rede social que expõe tudo que postamos para o mundo. Não importam as configurações de segurança, postou, corre o risco de viralizar.
Foi o que aconteceu com a Juliana, uma mulher de 25 anos que acabou de se tornar mãe e não aceitou o tal do desafio da maternidade. Puerpério é um período bem difícil. Estamos tentando nos acostumar a uma nova realidade, nos estabelecer como mães, amamentar, cuidar do bebê, dar atenção ao marido e à casa, voltar para o corpo de antes da gravidez e ainda filtrar o monte de informações e opiniões que recebemos o tempo todo.
Há pouco tempo, a apresentadora Fernanda Gentil publicou uma foto dando uma mamadeira para o filho. Aplaudi e aplaudo a coragem dela. Porque, hoje em dia, quem não consegue (ou não quer mesmo) amamentar se esconde por medo de ser julgada e considerada uma péssima mãe. Li alguns comentários criticando a Fernanda e fiquei triste. Triste porque só quem está ali, no dia a dia com a criança, é que sabe onde o calo aperta.
Aplaudo também as mães que conseguem manter a amamentação exclusiva até os seis meses. E que continuam amamentando até quando aguentam e os filhos querem. Eu não escolheria continuar amamentando além dos seis meses. Mas essa sou eu, e não tenho nada a ver com a decisão de nenhuma outra mãe.
Aplaudo também as mães que optaram por um parto normal humanizado, em casa cercada de toda a família, ou no hospital com apoio da estrutura médica. Fico muito feliz por terem conseguido o parto que queriam e sonharam.
No entanto, não aplaudo as mães que tiveram esse parto maravilhoso e julgam todas as outras que passaram por uma cesárea, seja por opção, por indicação médica adequada ou não. Também não aplaudo as que amamentam exclusivamente no seio até os seis meses e julgam as que não querem ou não conseguem fazer o mesmo, que dizem que é por falta de informação, que não existe leite fraco etc.
Não é porque parimos que temos que esquecer de nós mesmas. Não é porque parimos que todas as outras pessoas do universo têm o direito de dar opinião, julgar, apontar o dedo.
Cadê a solidariedade, o acolhimento, a candura? Todo mundo que tem um filho já passou por momentos de desespero, exaustão de vontade de sumir. Ninguém é menos mãe por isso, só mais humana.
Estou chocada com a repercussão do tal desafio da maternidade. Pelo que li e vi, percebi que, na Internet e nas redes sociais, as pessoas só têm o direito de expressarem suas opiniões se estas estiverem de acordo com o pensamento da maioria.
Ser mãe é difícil pra caramba e está longe de ser o mar de rosas dos comercias de produtos de bebê. É um momento muito individual e particular de cada uma, assim como a gravidez. Cada uma vivencia essas coisas de uma forma, e todas nós deveríamos ser solidárias e não julgar outras mulheres que pensam e agem e sentem de forma diferente da nossa. Não sejamos tão rápidas em julgar.
Eu, por exemplo, não curti ficar grávida, mesmo sendo a realização de um grande sonho. Durante os primeiros quatro meses de gestação, eu sentia um enjoo constante. Vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, mesmo tomando remédio — receitado pelo obstetra — para amenizar esse sintoma. Eu não conseguia comer nada e emagreci dois quilos nesses quatro primeiros meses. Meu cabelo ficou esquisito e eu me sentia horrorosa. Depois do quarto mês, as coisas melhoram, eu continuava me sentindo feia, mas ver a barriga começar a crescer e sentir o bebê se mexer foi ótimo. No sétimo mês, tive que ficar de repouso e, mesmo assim, Enzo nasceu prematuro, com 35 semanas de gestação.
Tive que fazer uma cesárea. E foi maravilhoso. Tive uma ótima recuperação e, no dia seguinte, já estava andando e consegui tomar banho sozinha. Enzo foi um bebê calmo. Meu peito não rachou, mas o leite não era o suficiente para ele. Com um mês, entrou no complemento. Com dois meses, eu dava suquinho de laranja lima ou água de coco. Aos quatro meses, entramos com papinha doce e, em seguida, papinha salgada. Tudo seguindo as orientações da pediatra maravilhosa que ainda o acompanha até hoje, depois de dez anos.
Obviamente que fui julgada por algumas mães da pracinha, mas eu não ligava. Enzo foi um bebê saudável, calmo e feliz que com um mês já dormia a noite toda, e isso é o que importava para mim. Tudo bem que isso tudo aconteceu em uma época antes do Facebook, uma rede social que expõe tudo que postamos para o mundo. Não importam as configurações de segurança, postou, corre o risco de viralizar.
Foi o que aconteceu com a Juliana, uma mulher de 25 anos que acabou de se tornar mãe e não aceitou o tal do desafio da maternidade. Puerpério é um período bem difícil. Estamos tentando nos acostumar a uma nova realidade, nos estabelecer como mães, amamentar, cuidar do bebê, dar atenção ao marido e à casa, voltar para o corpo de antes da gravidez e ainda filtrar o monte de informações e opiniões que recebemos o tempo todo.
Há pouco tempo, a apresentadora Fernanda Gentil publicou uma foto dando uma mamadeira para o filho. Aplaudi e aplaudo a coragem dela. Porque, hoje em dia, quem não consegue (ou não quer mesmo) amamentar se esconde por medo de ser julgada e considerada uma péssima mãe. Li alguns comentários criticando a Fernanda e fiquei triste. Triste porque só quem está ali, no dia a dia com a criança, é que sabe onde o calo aperta.
Aplaudo também as mães que conseguem manter a amamentação exclusiva até os seis meses. E que continuam amamentando até quando aguentam e os filhos querem. Eu não escolheria continuar amamentando além dos seis meses. Mas essa sou eu, e não tenho nada a ver com a decisão de nenhuma outra mãe.
Aplaudo também as mães que optaram por um parto normal humanizado, em casa cercada de toda a família, ou no hospital com apoio da estrutura médica. Fico muito feliz por terem conseguido o parto que queriam e sonharam.
No entanto, não aplaudo as mães que tiveram esse parto maravilhoso e julgam todas as outras que passaram por uma cesárea, seja por opção, por indicação médica adequada ou não. Também não aplaudo as que amamentam exclusivamente no seio até os seis meses e julgam as que não querem ou não conseguem fazer o mesmo, que dizem que é por falta de informação, que não existe leite fraco etc.
Não é porque parimos que temos que esquecer de nós mesmas. Não é porque parimos que todas as outras pessoas do universo têm o direito de dar opinião, julgar, apontar o dedo.
Cadê a solidariedade, o acolhimento, a candura? Todo mundo que tem um filho já passou por momentos de desespero, exaustão de vontade de sumir. Ninguém é menos mãe por isso, só mais humana.
1 Comments:
Perfeito!!
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