A arte de educar
Na semana passada, virou notícia o fato de uma criança de dois anos provocar um atraso de 45 minutos por se recusar a colocar o cinto de segurança. Muitas pessoas se manifestaram dizendo que é um absurdo os pais não conseguirem controlar o próprio filho e fazer com que ele(a) obedecesse. Eu concordo. É um absurdo. Isso virou notícia porque atrasou um voo e atrapalhou a vida de muita gente.
Realmente, é cada vez mais comum nos depararmos com crianças que não sabem se comportar em um contexto social em que é necessário respeitar o espaço do próximo. Não precisamos ir longe. Basta ir a um restaurante para ver como existem pais que simplesmente não conseguem controlar os filhos a ficarem em suas próprias mesas e a falarem baixo, respeitando os outros clientes que saíram para se divertir e usufruir um papo gostoso com a família ou com amigos e simplesmente não conseguem por causa de crianças que não sabem se comportar em um ambiente público. Elas gritam, ficam correndo por entre as mesas, atrapalhando não apenas os clientes, mas também o trabalho da equipe do restaurante. Desculpem-me, mas restaurante não é lugar para brincar de pique ou ficar gritando, é um lugar para se conversar e comer. É preciso ficar na mesa. Sei que existem crianças agitadas e levadas, mas quando os pais ensinam desde pequenos, eles entendem e sabem quando e onde podem correr e onde precisam fazer brincadeiras mais contidas.
Outro exemplo: cinema. Só o que posso dizer é “socorro”. Quando levo o meu filho a uma sessão com filme dublado, algumas crianças simplesmente não ficam em silêncio e falam o filme inteiro, chutam a cadeira da frente e correm por entre as cadeiras. Desculpem-me colegas pais, é necessário ensinar à criança que, naquele local, é para assistir ao filme e, se precisar falar, tem que ser baixinho, no ouvido, para não atrapalhar as outras pessoas. Levo meu filho ao cinema desde que ele tem um ano e meio e ensinei a ele as regras. Sempre que ele falava, eu fazia sinal para ele falar baixinho, no ouvido da mamãe. Hoje, aos dez anos, ele fica surpreso de ver como as pessoas não respeitam o espaço e atrapalham os demais.
Isso tudo só para dizer que educar dá trabalho. É falar, repetir, dizer de novo, repetir mais uma vez e outra mais. É dar o exemplo, mostrar consideração para com o próximo. Mostrar que nossas ações podem atrapalhar ou prejudicar outras pessoas. É ensinar a se colocar no lugar do outro. É mostrar que não podemos fazer ou dizer o que der na telha. É ensinar que nossas ações têm consequências positivas ou negativas. É explicar o que a criança pode esperar em uma situação nova (por exemplo, uma viagem de avião, uma ida ao cinema).
Li em alguns comentários da notícia que “era falta de palmada”. Discordo. Palmada não educa, o que educa é a conversa, a explicação, o exemplo. Também li comentários indignados dizendo que era muito fácil julgar os pais sem ter todos os dados. Que talvez a criança estivesse com medo do novo, que a criança fosse autista ou que talvez existisse alguma outra questão que a tenha impedido de obedecer os pais e os comissários de bordo. Se esse fosse o caso, os pais deveriam ter se comunicado com a companhia aérea para informar qualquer questão em relação a possíveis problemas e como eles deveriam proceder naquele caso.
Segundo a notícia, a mãe implorou para os comissários de bordo para permitirem que a criança viajasse em seu colo, desrespeitando as normas de segurança. Provavelmente ela fez isso por desespero e por não saber mais o que fazer. Nem consigo imaginar o constrangimento pelo qual ela passou por ter causado tamanho transtorno e por ter de sair do avião. No entanto, não posso deixar de levantar a questão do exemplo. Como assim desrespeitar uma norma de segurança determinada para todos os passageiros? Como assim pedir para abrir uma exceção porque “tadinho é tão pequeno”? Nos pequenos atos, damos o exemplo, mostramos que achamos que estamos acima das regras, as quais devem ser aplicadas ao outro e não a nós. Que nós podemos e somos mais importantes que os outros. Que os outros têm que compreender. Acho que a companhia aérea agiu de forma corretíssima ao pedir que a família se retirasse do voo. Com certeza, agiu da forma mais difícil, pois seria bem mais fácil e menos trabalhoso permitir que a mãe viajasse com a criança no colo.
Não estou aqui para julgar ninguém, só para dizer que embora seja muito difícil educar, é bem mais fácil fazer isso em casa, longe dos julgamentos e dos olhos do mundo. Se a criança souber se comportar em casa, saberá se comportar em qualquer lugar. Como dizem por aí “Se os pais não ensinam, a vida ensina, mas não com o mesmo amor”.
Realmente, é cada vez mais comum nos depararmos com crianças que não sabem se comportar em um contexto social em que é necessário respeitar o espaço do próximo. Não precisamos ir longe. Basta ir a um restaurante para ver como existem pais que simplesmente não conseguem controlar os filhos a ficarem em suas próprias mesas e a falarem baixo, respeitando os outros clientes que saíram para se divertir e usufruir um papo gostoso com a família ou com amigos e simplesmente não conseguem por causa de crianças que não sabem se comportar em um ambiente público. Elas gritam, ficam correndo por entre as mesas, atrapalhando não apenas os clientes, mas também o trabalho da equipe do restaurante. Desculpem-me, mas restaurante não é lugar para brincar de pique ou ficar gritando, é um lugar para se conversar e comer. É preciso ficar na mesa. Sei que existem crianças agitadas e levadas, mas quando os pais ensinam desde pequenos, eles entendem e sabem quando e onde podem correr e onde precisam fazer brincadeiras mais contidas.
Outro exemplo: cinema. Só o que posso dizer é “socorro”. Quando levo o meu filho a uma sessão com filme dublado, algumas crianças simplesmente não ficam em silêncio e falam o filme inteiro, chutam a cadeira da frente e correm por entre as cadeiras. Desculpem-me colegas pais, é necessário ensinar à criança que, naquele local, é para assistir ao filme e, se precisar falar, tem que ser baixinho, no ouvido, para não atrapalhar as outras pessoas. Levo meu filho ao cinema desde que ele tem um ano e meio e ensinei a ele as regras. Sempre que ele falava, eu fazia sinal para ele falar baixinho, no ouvido da mamãe. Hoje, aos dez anos, ele fica surpreso de ver como as pessoas não respeitam o espaço e atrapalham os demais.
Isso tudo só para dizer que educar dá trabalho. É falar, repetir, dizer de novo, repetir mais uma vez e outra mais. É dar o exemplo, mostrar consideração para com o próximo. Mostrar que nossas ações podem atrapalhar ou prejudicar outras pessoas. É ensinar a se colocar no lugar do outro. É mostrar que não podemos fazer ou dizer o que der na telha. É ensinar que nossas ações têm consequências positivas ou negativas. É explicar o que a criança pode esperar em uma situação nova (por exemplo, uma viagem de avião, uma ida ao cinema).
Li em alguns comentários da notícia que “era falta de palmada”. Discordo. Palmada não educa, o que educa é a conversa, a explicação, o exemplo. Também li comentários indignados dizendo que era muito fácil julgar os pais sem ter todos os dados. Que talvez a criança estivesse com medo do novo, que a criança fosse autista ou que talvez existisse alguma outra questão que a tenha impedido de obedecer os pais e os comissários de bordo. Se esse fosse o caso, os pais deveriam ter se comunicado com a companhia aérea para informar qualquer questão em relação a possíveis problemas e como eles deveriam proceder naquele caso.
Segundo a notícia, a mãe implorou para os comissários de bordo para permitirem que a criança viajasse em seu colo, desrespeitando as normas de segurança. Provavelmente ela fez isso por desespero e por não saber mais o que fazer. Nem consigo imaginar o constrangimento pelo qual ela passou por ter causado tamanho transtorno e por ter de sair do avião. No entanto, não posso deixar de levantar a questão do exemplo. Como assim desrespeitar uma norma de segurança determinada para todos os passageiros? Como assim pedir para abrir uma exceção porque “tadinho é tão pequeno”? Nos pequenos atos, damos o exemplo, mostramos que achamos que estamos acima das regras, as quais devem ser aplicadas ao outro e não a nós. Que nós podemos e somos mais importantes que os outros. Que os outros têm que compreender. Acho que a companhia aérea agiu de forma corretíssima ao pedir que a família se retirasse do voo. Com certeza, agiu da forma mais difícil, pois seria bem mais fácil e menos trabalhoso permitir que a mãe viajasse com a criança no colo.
Não estou aqui para julgar ninguém, só para dizer que embora seja muito difícil educar, é bem mais fácil fazer isso em casa, longe dos julgamentos e dos olhos do mundo. Se a criança souber se comportar em casa, saberá se comportar em qualquer lugar. Como dizem por aí “Se os pais não ensinam, a vida ensina, mas não com o mesmo amor”.