3.11.2016

Comportamento

Há um ano escrevi este texto no FB. Lendo-o hoje vejo o longo caminho que temos que percorrer para transformar o Brasil em um país melhor. Não basta investigar e colocar os corruptos na cadeia. É necessário que cada cidadão coloque a mão na consciência e se pergunte o que pode fazer para melhorar a situação do país. O texto original tinha 16 itens, acrescentei mais quatro.

Além da crise econômica e política, acredito que estamos passando por uma crise de comportamento na qual cada cidadão acha que tem o direito de fazer o que bem entender sem ter a menor consideração para com o próximo ou com as leis. Aquela máxima de que o "meu direito termina quando começa o do outro" foi esquecida. As pessoas fazem coisas erradas e simplesmente criam uma desculpa para justificar o que estão fazendo, como se as regras ou as leis não se aplicassem a elas. Listo alguns exemplos de pequenas atitudes que as pessoas fazem no dia a dia que ilustram o que estou dizendo:


1. Jogar lixo na rua. Desculpa "Mas não tinha nenhuma lata de lixo próxima" ou "todo mundo faz".
2. Estacionar em local proibido, em acesso para deficientes, entrada de garagens, vaga para idosos, em fila dupla. Desculpa: "Eu só vou ali rapidinho".
3. Sentar-se nos bancos preferenciais em transporte público. Desculpa: "Se alguém precisar eu levanto".
4. Não oferecer o lugar para alguém que precisa só porque você está em um assento "não preferencial". Desculpa: “quem está nos assentos preferenciais que se levante”.
5. Passear com o cachorro sem coleira ou soltá-lo em local público. Desculpa: "Mas ele é treinado e respeita o meu comando" ou "Ele é manso".
6. Não limpar as fezes do cachorro quando não tem ninguém olhando. Desculpa: “As ruas são imundas mesmo”.
7. Entrar na fila do caixa rápido mesmo sabendo que o seu cesto tem uma quantidade superior de itens. Desculpa: "É só (uma) a mais..."
8. Beber e dirigir. Desculpa: “Eu conheço os meus limites”, “Estou bem”, “Foi só uma cerveja”.
9. Beber, verificar os postos de lei seca e dirigir. Desculpa: vide item 8.
10. Dirigir e usar o celular para conversar ou enviar mensagens de texto. Desculpa: O trânsito está lento”. “Consigo fazer as duas coisas ao mesmo tempo”.
11. Ficar mexendo no celular enquanto está conversando com alguém. Desculpa: “Dá para dividir a atenção”.
12. Não chamar a atenção dos filhos que estão se comportando de forma inadequada em um restaurante, uma loja ou um shopping. Desculpa: “Criança é assim mesmo”
13. Permitir que o filho desrespeite alguém. Desculpa: vide item 12.
14. Atravessar fora da faixa de pedestres. Desculpa: “não tem faixa de pedestre onde eu preciso atravessar. Vou ter que andar muuuito mais”
15. Furar fila. Desculpa: (acho que não dá para inventar desculpa para isso)
16. Ouvir música sem fone de ouvido no transporte público. Desculpa: “Todo mundo adora música, não é?”

17. Não devolver quando recebe troco errado. Desculpa: “Que culpa eu tenho se não prestam atenção”.
18. Não aceitar diferenças de opinião. Desculpa: “Mas é muita falta de informação”.
19. Julgar pela aparência. (acho que não dá para inventar desculpa para isso)
20. Se sentir superior ao outro por qualquer motivo. Desculpa: “Mas eu sou _____________.”

Eu acredito que se cada um se esforçar para mudar um pouco no dia a dia, as relações passariam a ser bem mais agradáveis. Eu já fiz algumas coisas dessa lista, como acredito que todo mundo já tenha feito. Para mim, é um exercício diário tentar ser uma pessoa melhor e evitar qualquer atitude que desrespeite o outro.

Se as pessoas começassem a se observar mais e parassem de só apontar o dedo para o outro, o mundo seria um lugar bem melhor para se viver.

3.08.2016

Dia internacional da mulher

Hoje é o dia internacional da mulher e queria deixar aqui o meu abraço para todas as minhas amigas queridas e lembrá-las apenas de que não é um dia para que nos sintamos especiais, mas sim um dia que marca a luta das mulheres por igualdade: de oportunidades, salários, direitos etc.

Este dia é para lembrar que as nossas meninas — filhas, sobrinhas, afilhadas, primas — podem ser o que quiserem e sonharem: cientistas, astronautas, jornalistas, escritoras, médicas, advogadas, dentistas, programadoras de computador, atletas, jogadoras de futebol, lutadoras de artes marciais etc. E que devem sempre ser tratadas de forma igual aos pares do sexo masculino.

Pode não parecer, mas ainda temos um longo caminho pela frente. Existem lugares onde meninas não têm sequer o direito de estudar. Mulheres não podem sair de casa sem estar acompanhadas por um homem da família e precisam esconder o rosto atrás de uma burca. Não podem nem escolher o próprio marido e são tratadas como posse, primeiro do pai, depois do marido ou do irmão.

No ocidente, as coisas são melhores. Mas, infelizmente, já vi mulheres que ocupam altos cargos no mercado preterindo mulheres na hora da contratação por terem acabado de se casar (risco de gravidez!), por terem filhos pequenos (faltas por doença dos filhos, reuniões escolares etc.) e já cheguei a presenciar uma executiva dizer “Pra que ter filho se não tem estrutura?”

Então, este não é um dia para celebrar a feminilidade, mas sim as conquistas da mulher e a luta por igualdade entre os sexos. É o dia para lembrarmos que já trilhamos um longo caminho, mas que ainda temos muito a conquistar.

Feliz dia das mulheres! E que as conquistas femininas possam transformar o mundo em um lugar melhor para as nossas meninas.

2.19.2016

Desafio da maternidade

Gente, onde o mundo vai parar?

Estou chocada com a repercussão do tal desafio da maternidade. Pelo que li e vi, percebi que, na Internet e nas redes sociais, as pessoas só têm o direito de expressarem suas opiniões se estas estiverem de acordo com o pensamento da maioria.

Ser mãe é difícil pra caramba e está longe de ser o mar de rosas dos comercias de produtos de bebê. É um momento muito individual e particular de cada uma, assim como a gravidez. Cada uma vivencia essas coisas de uma forma, e todas nós deveríamos ser solidárias e não julgar outras mulheres que pensam e agem e sentem de forma diferente da nossa. Não sejamos tão rápidas em julgar.

Eu, por exemplo, não curti ficar grávida, mesmo sendo a realização de um grande sonho. Durante os primeiros quatro meses de gestação, eu sentia um enjoo constante. Vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, mesmo tomando remédio — receitado pelo obstetra — para amenizar esse sintoma. Eu não conseguia comer nada e emagreci dois quilos nesses quatro primeiros meses. Meu cabelo ficou esquisito e eu me sentia horrorosa. Depois do quarto mês, as coisas melhoram, eu continuava me sentindo feia, mas ver a barriga começar a crescer e sentir o bebê se mexer foi ótimo. No sétimo mês, tive que ficar de repouso e, mesmo assim, Enzo nasceu prematuro, com 35 semanas de gestação.

Tive que fazer uma cesárea. E foi maravilhoso. Tive uma ótima recuperação e, no dia seguinte, já estava andando e consegui tomar banho sozinha. Enzo foi um bebê calmo. Meu peito não rachou, mas o leite não era o suficiente para ele. Com um mês, entrou no complemento. Com dois meses, eu dava suquinho de laranja lima ou água de coco. Aos quatro meses, entramos com papinha doce e, em seguida, papinha salgada. Tudo seguindo as orientações da pediatra maravilhosa que ainda o acompanha até hoje, depois de dez anos.

Obviamente que fui julgada por algumas mães da pracinha, mas eu não ligava. Enzo foi um bebê saudável, calmo e feliz que com um mês já dormia a noite toda, e isso é o que importava para mim. Tudo bem que isso tudo aconteceu em uma época antes do Facebook, uma rede social que expõe tudo que postamos para o mundo. Não importam as configurações de segurança, postou, corre o risco de viralizar.

Foi o que aconteceu com a Juliana, uma mulher de 25 anos que acabou de se tornar mãe e não aceitou o tal do desafio da maternidade. Puerpério é um período bem difícil. Estamos tentando nos acostumar a uma nova realidade, nos estabelecer como mães, amamentar, cuidar do bebê, dar atenção ao marido e à casa, voltar para o corpo de antes da gravidez e ainda filtrar o monte de informações e opiniões que recebemos o tempo todo.

Há pouco tempo, a apresentadora Fernanda Gentil publicou uma foto dando uma mamadeira para o filho. Aplaudi e aplaudo a coragem dela. Porque, hoje em dia, quem não consegue (ou não quer mesmo) amamentar se esconde por medo de ser julgada e considerada uma péssima mãe. Li alguns comentários criticando a Fernanda e fiquei triste. Triste porque só quem está ali, no dia a dia com a criança, é que sabe onde o calo aperta.

Aplaudo também as mães que conseguem manter a amamentação exclusiva até os seis meses. E que continuam amamentando até quando aguentam e os filhos querem. Eu não escolheria continuar amamentando além dos seis meses. Mas essa sou eu, e não tenho nada a ver com a decisão de nenhuma outra mãe.

Aplaudo também as mães que optaram por um parto normal humanizado, em casa cercada de toda a família, ou no hospital com apoio da estrutura médica. Fico muito feliz por terem conseguido o parto que queriam e sonharam.

No entanto, não aplaudo as mães que tiveram esse parto maravilhoso e julgam todas as outras que passaram por uma cesárea, seja por opção, por indicação médica adequada ou não. Também não aplaudo as que amamentam exclusivamente no seio até os seis meses e julgam as que não querem ou não conseguem fazer o mesmo, que dizem que é por falta de informação, que não existe leite fraco etc.
Não é porque parimos que temos que esquecer de nós mesmas. Não é porque parimos que todas as outras pessoas do universo têm o direito de dar opinião, julgar, apontar o dedo.

Cadê a solidariedade, o acolhimento, a candura? Todo mundo que tem um filho já passou por momentos de desespero, exaustão de vontade de sumir. Ninguém é menos mãe por isso, só mais humana.

12.14.2015

A arte de educar

Na semana passada, virou notícia o fato de uma criança de dois anos provocar um atraso de 45 minutos por se recusar a colocar o cinto de segurança. Muitas pessoas se manifestaram dizendo que é um absurdo os pais não conseguirem controlar o próprio filho e fazer com que ele(a) obedecesse. Eu concordo. É um absurdo. Isso virou notícia porque atrasou um voo e atrapalhou a vida de muita gente.

Realmente, é cada vez mais comum nos depararmos com crianças que não sabem se comportar em um contexto social em que é necessário respeitar o espaço do próximo. Não precisamos ir longe. Basta ir a um restaurante para ver como existem pais que simplesmente não conseguem controlar os filhos a ficarem em suas próprias mesas e a falarem baixo, respeitando os outros clientes que saíram para se divertir e usufruir um papo gostoso com a família ou com amigos e simplesmente não conseguem por causa de crianças que não sabem se comportar em um ambiente público. Elas gritam, ficam correndo por entre as mesas, atrapalhando não apenas os clientes, mas também o trabalho da equipe do restaurante. Desculpem-me, mas restaurante não é lugar para brincar de pique ou ficar gritando, é um lugar para se conversar e comer. É preciso ficar na mesa. Sei que existem crianças agitadas e levadas, mas quando os pais ensinam desde pequenos, eles entendem e sabem quando e onde podem correr e onde precisam fazer brincadeiras mais contidas.

Outro exemplo: cinema. Só o que posso dizer é “socorro”. Quando levo o meu filho a uma sessão com filme dublado, algumas crianças simplesmente não ficam em silêncio e falam o filme inteiro, chutam a cadeira da frente e correm por entre as cadeiras. Desculpem-me colegas pais, é necessário ensinar à criança que, naquele local, é para assistir ao filme e, se precisar falar, tem que ser baixinho, no ouvido, para não atrapalhar as outras pessoas. Levo meu filho ao cinema desde que ele tem um ano e meio e ensinei a ele as regras. Sempre que ele falava, eu fazia sinal para ele falar baixinho, no ouvido da mamãe. Hoje, aos dez anos, ele fica surpreso de ver como as pessoas não respeitam o espaço e atrapalham os demais.

Isso tudo só para dizer que educar dá trabalho. É falar, repetir, dizer de novo, repetir mais uma vez e outra mais. É dar o exemplo, mostrar consideração para com o próximo. Mostrar que nossas ações podem atrapalhar ou prejudicar outras pessoas. É ensinar a se colocar no lugar do outro. É mostrar que não podemos fazer ou dizer o que der na telha. É ensinar que nossas ações têm consequências positivas ou negativas. É explicar o que a criança pode esperar em uma situação nova (por exemplo, uma viagem de avião, uma ida ao cinema).

Li em alguns comentários da notícia que “era falta de palmada”. Discordo. Palmada não educa, o que educa é a conversa, a explicação, o exemplo. Também li comentários indignados dizendo que era muito fácil julgar os pais sem ter todos os dados. Que talvez a criança estivesse com medo do novo, que a criança fosse autista ou que talvez existisse alguma outra questão que a tenha impedido de obedecer os pais e os comissários de bordo. Se esse fosse o caso, os pais deveriam ter se comunicado com a companhia aérea para informar qualquer questão em relação a possíveis problemas e como eles deveriam proceder naquele caso.

Segundo a notícia, a mãe implorou para os comissários de bordo para permitirem que a criança viajasse em seu colo, desrespeitando as normas de segurança. Provavelmente ela fez isso por desespero e por não saber mais o que fazer. Nem consigo imaginar o constrangimento pelo qual ela passou por ter causado tamanho transtorno e por ter de sair do avião. No entanto, não posso deixar de levantar a questão do exemplo. Como assim desrespeitar uma norma de segurança determinada para todos os passageiros? Como assim pedir para abrir uma exceção porque “tadinho é tão pequeno”? Nos pequenos atos, damos o exemplo, mostramos que achamos que estamos acima das regras, as quais devem ser aplicadas ao outro e não a nós. Que nós podemos e somos mais importantes que os outros. Que os outros têm que compreender. Acho que a companhia aérea agiu de forma corretíssima ao pedir que a família se retirasse do voo. Com certeza, agiu da forma mais difícil, pois seria bem mais fácil e menos trabalhoso permitir que a mãe viajasse com a criança no colo.

Não estou aqui para julgar ninguém, só para dizer que embora seja muito difícil educar, é bem mais fácil fazer isso em casa, longe dos julgamentos e dos olhos do mundo. Se a criança souber se comportar em casa, saberá se comportar em qualquer lugar. Como dizem por aí “Se os pais não ensinam, a vida ensina, mas não com o mesmo amor”.

3.24.2011

Ser feliz

Ser feliz é uma opção de vida.

Isso mesmo: opção.

Problema, todo mundo tem. Uns mais graves, outros mais simples, alguns que inventamos, outros que parecem nos perseguir. Resolvemos um hoje e amanhã aparece outro no lugar.

Mas não podemos deixar que os problemas tomem tamanha proporção que acabem por nos definir. Temos de lidar com eles e não permitir que eles nos dominem.

Ninguém é feliz o tempo todo. Assim como também não é infeliz.

Procuro ter uma abordagem positiva e não deixar o negativismo chegar. Sabe aquela história que o cara acorda atrasado, dá uma topada com o dedo mindinho do pé na cama, derrama café na roupa quando já está pronto para sair, o ônibus passa quando ele está do outro lado da rua e, a partir daí, tudo começa a dar errado?

Então, quando percebo que algo assim está acontecendo (e acontece mesmo), tento pensar em coisas boas: meu filho, uma viagem, uma lembrança especial do passado ou um plano maneiro para o futuro... São muitas as possibilidades.

Penso que eu tenho muito mais a agradecer do que a pedir. Meu filho é saudável, lindo, carinhoso e inteligente. Meu marido é maravilhoso e me completa em todos os sentidos. Minha família me ama e me apoia. Fiz amigas queridas por onde passei. Algumas delas não fazem mais parte do meu dia a dia, mas sei que sempre posso contar com elas e elas comigo. Moro em um apartamento que adoro em um lugar que amo.

Enfim, não posso permitir que um dia que começou errado acabe com a minha felicidade e me atrapalhe nos diversos papeis que tenho de desempenhar: mãe, esposa, editora, filha, irmã, amiga.

Todo mundo tem problemas. Todo mundo tem dias estressantes. O modo como lidamos com eles é que nos torna quem somos.

Eu sou muito feliz.

Tenho muito a agradecer.

E você?

11.15.2010

Renovação em 2011

Em 2009, voltei para o mercado editorial por indicação de um amigo querido. O desafio era grande: fazer 32 livros em 60 dias. Não preciso dizer que foi uma loucura. Eu chegava cedo à editora e sempre era a última a sair, trazia trabalho para casa e, obviamente, trabalhava nos finais de semana.

Eu não tinha nenhuma assistente. Contava com a ajuda de uma pessoa de outro departamento, que lidava com algumas questões de logísticas. Mas o trabalho editorial propriamente dito estava na minha mão.

Venci o desafio e meu trabalho foi reconhecido. Ganhei uma assistente em meados de 2009. Foi assim que começou o departamento de Projetos Especiais da editora. Dois mil e dez foi o ano em que me dediquei a consolidar esse departamento e a minha carreira. E, agora em novembro, posso dizer que fui bem-sucedida. Nosso pequeno departamento cresceu, hoje somos quatro e, possivelmente, seremos cinco em 2011.
Ainda temos muito trabalho pela frente. E muitos novos grandes desafios. E, certamente, os venceremos.

Mas 2011 será um pouco diferente, pois vou priorizar a vida pessoal. Imporei limites ao lado profissional. Evitarei sair mais tarde para ter mais tempo para o meu filho e para meu marido.

Percebo que Enzo sente a minha falta, que quer brincar e conversar comigo. Tem dias que chego em casa tão cansada que tudo que quero é ficar quietinha. E, quando abro a porta, ele vem todo feliz, “mamãe chegou. Vamos brincar de pique-esconde? Vamos ler uma historinha?” Em geral, eu consigo me obrigar a isso e acabo me divertindo com ele. Mas não quero ter de me obrigar, entende? Quero chegar em casa com pique para brincar com ele. Com ideias e planos de atividades. No verão, ir para o clube dar um mergulho ou ficar no parquinho... Ir ao cinema. Sei lá... Qualquer coisa.
Também cuidarei mais da saúde e entrarei para uma academia.

Fiz uma viagem em família para a Disney e, quando via as fotos, não reconhecia o meu corpo. Em todas, eu me achei gorda e barriguda. Desde que Enzo nasceu, não consegui voltar para o meu corpo, mas estava conseguindo manter um peso aceitável, mas não satisfatório. No decorrer de 2010, engordei dois quilos e, pelas fotos da viagem, percebi que o meu peso não era mais aceitável.

No sábado passado, dei o primeiro passo para mudar isso e começar a renovação que pretendo fazer em 2011. Resolvi ir a uma nutricionista e fazer uma dieta séria e saudável. Ela me pesou, me mediu e desenvolveu uma dieta para mim. Ficou definido que tenho de perder cinco quilos. Segundo ela, até o natal já terei emagrecido uns três. Amanhã eu começo.

Quanto ao compromisso de sair do trabalho no horário, isso terá de ser só em 2011, pois estou com menos uma pessoa e tenho de fechar vários projetos. Mas essa será a minha prioridade.

9.10.2010

"Não me abandone jamais"

Não se deve julgar um livro pela capa.

Nem pelo título.

Ao se deparar com Não me abandone jamais, um leitor desavisado poderia imaginar que está prestes a ler mais uma história de amor.

No entanto, esta obra de Kazuo Ishiguro está longe disso. Trata-se de um romance introspectivo e sensível sobre a vida de seres humanos criados para cumprirem uma missão cruel.

O autor dá voz a Kathy H., uma jovem de 31 anos, que nos conta as lembranças de sua infância vivida em Hailsham, um colégio interno na Inglaterra. Em tom ameno e despretensioso, Kathy descreve o local onde vivia, nos apresenta a seus amigos, colegas e guardiões e narra fatos corriqueiros do dia a dia. À medida que a história se desenrola, Kathy vai revelando, aos poucos, o destino inexorável de todas as crianças.

Sob o viés da ficção científica, o autor explora os sentimentos de amizade, lealdade, amor, submissão e aceitação, fazendo com que o leitor se depare com questões filosóficas de nossa existência: quem somos? De onde viemos? Para onde vamos?

Certamente, vale a pena ler essa obra que figura na lista dos “100 melhores romances em língua inglesa desde 1923 da revista Times” e que, em breve, será lançada nos cinemas.

Assisti ao trailer e fiquei encantada com a forma como o diretor conseguiu transpor para as telas o ar bucólico e idílico que Kathy confere ao colégio e às lembranças de sua infância.

Vejam em http://www.youtube.com/watch?v=kymQcM4ej3w